São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
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Iporanga limita acesso a 140 carros

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO GUARUJÁ

O acesso à praia do Iporanga, no Guarujá (SP), estará restrito a partir de hoje aos 140 carros que o estacionamento do condomínio local é capaz de comportar.
Esgotadas as vagas no estacionamento, os veranistas poderão entrar, mas a pé, deixando o carro do lado de fora do condomínio.
Para chegar à praia, terão de percorrer 3 km, em um aclive, já que o condomínio está em um morro.
Além disso, pelo menos 10% das vagas do estacionamento serão reservadas aos proprietários de lotes. Esses, por ainda não terem as casas construídas, não dispõem de garagem própria.
Ontem, o condomínio requisitou à Justiça local a presença de reforço policial para poder implementar a medida a partir de hoje.
A restrição foi obtida pela entidade e pela Iporanga Empreendimentos Imobiliários, administradora do condomínio, por meio de recurso ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
O desembargador Rubens Elias, do TJ, cassou na última segunda uma liminar (decisão provisória) que o Ministério Público do Guarujá havia obtido no mês passado junto à Justiça local.
A liminar garantia o acesso indiscriminado a quatro praias, cujos condomínios restringiam a entrada até então. As praias são as de Itaguaíba, Sítio São Pedro, Iporanga e Tijucupava.
O promotor Edward Ferreira Filho pretende entrar hoje com uma medida de segurança no Tribunal de Justiça contra a liminar que proíbe o livre acesso à praia. Segundo a assessoria do promotor, o objetivo da medida é assegurar o domínio público da praia.
Nas três outras praias, os condomínios ainda não haviam conseguido derrubar a decisão da Justiça do Guarujá e também tinham os acessos liberados ontem.
Apesar da decisão do desembargador, a entrada na praia de Iporanga ainda era livre até ontem.
Segundo o administrador Manoel Fernando Rodrigues, 43, membro do conselho da Sociedade Amigos do Iporanga, a segurança do condomínio é insuficiente para disciplinar a entrada dos turistas.
Geraldo Barrionuevo, engenheiro do condomínio, disse que, em razão da abertura do local para veranistas, deixaram de ser apresentados projetos de novas casas.
"Pararam de chegar projetos de construção. O pessoal está com medo de investir", declarou.
"Os moradores estão assustados. No último final de semana, teve gente que foi bater nas portas das casas -que não têm grades- para pedir água. Outros entraram dentro das casas desocupadas."

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