São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997
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FGV apura inflação de 9,34% em 1996

DA SUCURSAL DO RIO

A inflação do ano de 1996, segundo o IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna) da FGV (Fundação Getúlio Vargas), foi de 9,34%, a mais baixa desde 1957, quando a variação de preços anual ficou em 6,96%.
O índice do ano passado foi o quarto mais baixo desde que o IGP-DI, que tem abrangência nacional, começou a ser medido em 1945. Em dezembro, o IGP-DI ficou em 0,88%.
7% a 8%
O chefe do centro de estudos de preços da FGV, Paulo Sidney de Melo Cota, acredita que se a atual política cambial for mantida, a inflação deste ano será mais baixa ainda, entre 7% e 8%.
Segundo Cota, a chamada âncora cambial (que serve de referência para os preços) do Plano Real foi responsável pela baixa inflação dos produtos industrializados (3,88%). Para ele, se ela for mantida, o IPA (Índice de Preços ao Atacado) deve ficar em 6%. Em 1996, o IPA fechou em 8,09%.
O IPA forma com o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e INCC (Índice Nacional do Custo da Construção) o IGP-DI.
Cota diz que as importações, estimuladas pelo dólar desvalorizado ante o real, têm conseguido manter os preços dos produtos industrializados estabilizados.
Os preços agrícolas aumentaram mais no ano passado: 13,3%.
Serviços
No IPC, que fechou o ano passado com 11,34% de aumento, os grupos de preços pesquisados que mais influenciaram foram os de serviços e tarifas. Na habitação, por exemplo, o aumento do ano foi de 13,85% na saúde, de 18,33% e na educação, 22,4%.
A razão disso, segundo Cota, é que a maioria dos contratos de serviços é indexada e reflete a inflação passada. Ele deu como exemplo os aluguéis, os planos de saúde e as mensalidades escolares.
O economista acredita que, em 1997, o IPC deve ficar em torno de 8%. A redução em relação a 1996 se deve à indexação dos contratos. "Como a inflação está mais baixa, o que se espera é que as correções sejam bem menores", disse Cota.
Em dezembro, o IPA ficou em 1,21%, o IPC, em 0,44%, e o INCC, em 0,59%.
Cota avalia que, em janeiro, o IGP-DI vede ficar em torno de 0,40%, principalmente porque não deve haver aumentos significativos de tarifas públicas. Ele diz que as tarifas representaram mais da metade do IPC de dezembro.

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