São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997
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Brasil adia novas negociações sobre automóveis com Argentina

Governo suspendeu encontro do Rio

RODRIGO BERTOLOTTO
DE BUENOS AIRES

O Brasil adiou a negociação sobre a nova crise do setor automotor com a Argentina para depois do dia 20, quando já esteja votada a emenda da reeleição para presidente.
O governo do Brasil suspendeu o encontro deste final de semana, que aconteceria no Rio de Janeiro, argumentando problemas na agenda de Francisco Dornelles, responsável da pasta de Indústria, Comércio e Turismo.
Na verdade, havia o temor que as negociações criassem uma novidade negativa para a intenção do presidente Fernando Henrique Cardoso de ver aprovada a emenda na próxima semana.
'Às negociações estão mais lentas que o previsto", se limitou a dizer o secretário de Indústria e Mineração, Alieto Guadagni, representante argentino na negociação.
Para ele, o presidente Carlos Menem não precisará intervir nas discussões. "É uma questão de semanas, e tudo deve estar resolvido", afirmou Guadagni.
A Argentina vem ensaiando uma reação há um mês aos incentivos fiscais dados para as montadoras que se instalarem nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Primeiro, Menem pediu uma compensação caso a medida fosse implementada. Depois, com ela em vigor, as montadoras argentinas sugeriram que os automóveis fabricados na área beneficiada sejam considerados 'èxtra-Mercosul", pagando impostos alfandegários. Anteontem, se reuniram por sete horas, em Buenos Aires, o secretário de Política Industrial brasileiro, Antônio Sérgio Martins Mello, e subsecretário de Indústria argentino, Hector Gambarotta.

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