São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997
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Ações no Brasil devem subir 50% em 97

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Os preços das ações nas Bolsas de Valores do Brasil vão subir 50%, em média, em 97, impulsionados pelo crescimento de 32% nos lucros das empresas.
A previsão é da instituição financeira britânica KBS (Kleinwort Benson Securities), que pertence ao grupo Dresdner Bank, da Alemanha.
"Esperamos mais um bom ano no mercado de ações brasileiro em 97, com uma maior participação dos investidores estrangeiros", diz o último boletim quinzenal da KBS sobre a América Latina.
A KBS baseia sua projeção sobre o mercado de ações brasileiro no índice MSCII (Morgan Stanley Capital International Index), que serve de parâmetro para as análises das instituições financeiras internacionais sobre os mercados de ações dos países emergentes.
A análise diz que dois grandes temas da agenda econômica do Brasil neste ano terão uma influência positiva direta no comportamento do mercado de ações.
1) A continuação das reformas econômicas e dos processos de privatização e racionalização das empresas estatais; 2) a contínua melhoria do poder aquisitivo da população.
"O crescimento dos lucros das empresas virá dessas duas fontes, enquanto a expansão da base do mercado virá da crescente fé dos investidores dos EUA no Brasil. Os investidores europeus já são crentes", afirma o boletim.
A KBS estima que os investidores podem esperar rendimento médio de 49%, em dólar, de suas aplicações em ações brasileiras.
O boletim adverte, porém, para uma única área de preocupação: uma possível vulnerabilidade do "boom" do setor de consumo. E destaca os setores mais promissores: siderurgia, indústria, varejo e telecomunicações.
Segundo Neil Dougall e James Montier, analistas da KBS especializados na América Latina, as perspectivas econômicas para o Brasil em 97 são "positivas".
"Acreditamos que há uma grande probabilidade da aprovação da emenda para a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso", dizem.
"Isso aumentará sua credibilidade e pode resultar numa aceleração significativa do ritmo das reformas estruturais", acrescentam.
As principais projeções econômicas da KBS para o Brasil são: crescimento de 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto); taxa anual de juros em termos reais de 13%; taxa de inflação anual de 8,9% e déficit fiscal de 3,5% a 4% do PIB.
Os economistas da KBS afirmam que as preocupações com o crescente déficit comercial brasileiro não diminuirão facilmente.
"Não acreditamos, porém, que o Plano Real esteja correndo riscos por causa disso", concluem.

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