São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997
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Seguro para sequestro dobra

IGOR GIELOW
DO ENVIADO ESPECIAL

O valor dos seguros contra sequestros em Lima chegou a dobrar com a crise dos reféns do MRTA.
Segundo três das maiores seguradoras da capital peruana, não houve aumento na procura por esse tipo de seguro, mas o valor das apólices foi aumentado devido ao incidente na casa do embaixador do Japão.
Os valores são sigilosos e variam de caso para caso. Para pessoas físicas, sem ligação com empresas, o valor de um seguro contra sequestro antes do ataque ficava na casa dos US$ 10 mil. Agora, fica entre US$ 15 mil e US$ 25 mil anuais.
Os valores para empresas são muito superiores, afirmou um dos corretores consultados pela Folha, que pediu anonimato.
Negociação
Ontem, a Espanha negou o pedido de um representante do MRTA no país para servir de mediadora na negociação do grupo.
O incidente vai de encontro a especulações de que os guerrilheiros estão começando a considerar uma fuga para outro país que lhes conceda asilo político.
Segundo o jornal peruano "La República", o governo de Alberto Fujimori está negociando a saída para a crise com líderes do MRTA já presos.
O jornal afirma que Vladimiro Montesinos, principal assessor militar de Fujimori, teria conversado com dois rebeldes presos -inclusive com o principal líder do MRTA, Victor Polay, preso em 1992.
A negociação, segundo o "La República", envolveria a livre passagem dos rebeldes que ocupam a casa do embaixador japonês para algum outro país.
O governo não negou ou confirmou a afirmação do jornal.
Os rebeldes, por sua vez, colocaram cartazes em janelas da casa do embaixador japonês ontem afirmando que não querem dinheiro.
Chamando Fujimori de mentiroso, negam estar pedindo resgate a empresas japonesas por seus executivos presos.
Jornalista
O jornalista Hitomi Tsuyoshi, da rede de TV japonesa Asahi, e seu intérprete Victor Borja, continuavam presos até as 16h (19h em Brasília) de ontem.
Eles foram presos após conseguir entrar e sair da casa ocupada na última segunda-feira. Segundo as leis de exceção em vigor desde o começo do sequestro, eles podem ficar detidos por até 15 dias.
(IG)

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