São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Ministros lutam por votos

VALDO CRUZ; FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Esplanada dos Ministérios, onde estão os edifícios que abrigam os ministros da República, se transformou em quartel-general da reeleição.
O governo praticamente parou nos últimos dias em função da emenda que dá a Fernando Henrique Cardoso a chance de disputar o segundo mandato.
As principais articulações estão centralizadas no Palácio do Planalto, mais especificamente nos gabinetes do ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) e do secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge.
Os demais ministros também foram convocados por FHC para intensificar o atendimento a parlamentares indecisos.
Os mais atuantes são Sérgio Motta (Comunicações), Paulo Renato Souza (Educação) e Francisco Dornelles (Indústria e Comércio).
Motta é o mais atuante. Tem uma cópia da lista reservada, preparada dentro do Palácio do Planalto, com as intenções de votos dos 513 deputados.
Ele foi escalado ainda como secretário do grupo de trabalho da reeleição que costuma se reunir na casa do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães.
Além de Motta e Luís Eduardo, participam desse grupo o ministro Luiz Carlos Santos e os líderes governistas Benito Gama (PFL-BA), Inocêncio Oliveira (PFL-PE), Michel Temer (PMDB-SP) e José Aníbal (PSDB-SP).
Todos ministros de FHC receberam do grupo de trabalho uma lista com os nomes de 10 a 20 deputados a serem "trabalhados". A ordem é conquistar o voto dos parlamentares.
Os ministros também entraram na guerra dos números da reeleição. A estratégia do governo é dizer que já tem os votos necessários para a aprovação da emenda. Isso ajudaria a criar um clima favorável que atrairia, "por gravidade", dizem, os indecisos.
Até sexta-feira, eram conflitantes dentro do governo as informações sobre o possível placar final da votação reeleição.
Para alguns governistas, o número de votos a favor já excederia os 308 necessários. Outros diziam que os deputados totalmente fechados a favor seriam cerca de 300.
(VALDO CRUZ e FERNANDO RODRIGUES)

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