São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Indústria vai crescer 5% no trimestre

Para Fiesp, índice é razoável

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria programa para este primeiro trimestre do ano produção 5% maior, em média, do que a de igual período do ano passado.
Esse aumento, para algumas empresas, é sinal de que o consumo chegou a um patamar suficiente para não dar mais grandes saltos. Significa, portanto, que este trimestre será parecido com o mesmo período de 1996.
Expandir até 5% o ritmo das fábricas, para outro grupo de empresas, é expressivo, especialmente quando se leva em conta o fato de as vendas já terem aumentado significativamente após o Plano Real. Isso evidencia crescimento sobre um número já alto.
Também para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a produção da indústria paulista deve crescer nestes primeiros três meses do ano entre 4% e 5% sobre igual período do ano passado.
"É um aumento razoável", diz Boris Tabacof, diretor do departamento de economia da federação. Ele lembra que o primeiro trimestre de 1996 não foi dos mais ativos. A comparação é com um período de fraca atividade industrial.
A tendência ao longo do ano, afirma, é as fábricas trabalharem num ritmo parecido com o do ano passado.
Ritmo estabilizado
Tabacof diz que desde o segundo semestre do ano passado a atividade industrial está num ritmo elevado e estabilizado.
Na sua análise, não há razão para que esse cenário se altere em 1997. O que pode puxar para cima a produção neste ano, diz, é uma política agressiva de incentivo às exportações e a efetivação de grandes investimentos.
"O crédito de longo prazo e os juros mais baixos puxaram a economia no segundo semestre do ano passado. Agora, a economia depende de estímulo às vendas externas, das privatizações, da flexibilização do setor de petróleo, dos investimentos em telecomunicações etc."
Empresários reunidos na Abre (Associação Brasileira de Embalagens) dizem que a produção e o faturamento da indústria neste trimestre serão iguais aos de 1996.
No ano, eles esperam crescimento entre 3% e 4% sobre 1996. "Esses são bons números, sobretudo se levarmos em conta o fato de que a economia está estabilizada", afirma Elio Cepollina, vice-presidente da associação.
Para ele, a política econômica do governo mostra que o ritmo de consumo deve se manter nos níveis atuais. Pode até haver algum crescimento por razões sazonais -como datas festivas-, mas sem nenhuma euforia.
A diretoria da Abipla, que reúne a indústria de produtos de limpeza, tem a mesma expectativa: consumo e produção serão iguais aos do ano passado -tanto no trimestre quanto ao longo do ano.
Desde o início do Plano Real, conta João José Armada Locoselli, presidente da Abipla, o consumo de produtos de limpeza cresceu entre 6% e 7%. "Não vemos um trimestre forte porque a venda esfriou no final do ano passado."

Texto Anterior: Estado menor é meta comum
Próximo Texto: Gessy espera fabricar mais
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.