São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Casas devem ter valorização de até 15%

DA REPORTAGEM LOCAL

O tombamento do Jardim da Saúde vai provocar alterações no mercado imobiliário da região. De imediato, o preço do terreno para incorporação de edifícios deve sofrer uma queda considerável.
Já as casas de bom padrão deverão ser valorizadas. O motivo é simples: "Você sabe que não vão construir um edifício no terreno ao lado", diz Izidro Luiz Fontolan, 51, diretor de novos negócios da imobiliária Julio Bogoricin.
Para ele, a queda no valor dos terrenos deve ficar entre 60% e 70%. A valorização dos imóveis deverá ser menor: entre 10% e 15%. O m2 do terreno vinha sendo comercializado na região por aproximadamente R$ 550.
"Quem comprou terreno para construir ficou com um 'mico' na mão." É que a maior parte da área sob tombamento é zoneamento Z2, que permite construções até 2,5 vezes a área do terreno.
"Agora, as construções estão bastante limitadas", diz Fontolan.
Entre os mais prejudicados estão os proprietários de casas de baixo padrão ou antigas, normalmente alvos das incorporadoras.
"Mas uma casa antiga, que ganhe uma boa reforma poderá ganhar valor", diz Fontolan.
Os moradores da região serão os maiores beneficiados, pelo menos no que se refere a ter um bom lugar para viver. Já o efeito no mercado imobiliário deverá ser minimizadopela valorização da vizinhança.
"O mercado acaba se adequando", avalia Fontolan.
Por isso, ele não chega a lamentar a "perda" de um bom ponto de vendas. "Vamos buscar áreas próximas. A cidade é tão grande que vão surgindo novos bons lugares para o setor imobiliário."
O Jardim da Saúde apresentou desempenho de vendas mais que satisfatório, para apartamentos.
A Julio Bogoricin, por exemplo, vendeu as 76 unidades do edifício Duque de York em sete meses. Os apartamentos tinham preço médio de R$ 160 mil.
Vizinhança feliz
O perito João Freire D'Ávila, 38, da Amaral D'Ávila Engenharia de Avaliações, afirma que a região circunvizinha do Jardim da Saúde será valorizada pelo tombamento.
A tendência é de que -uma vez resguardado o Jardim- a vizinhança atraia novos empreendimentos. O atrativo é a proximidade de uma área reservada, relativamente calma e sem o horizonte repleto de prédios. "Vai ficar agradável", diz D'Ávila.
Deixar a região "agradável" é justamente a preocupação do tombamento. "O tombamento vai deixar os imóveis livres e para uso residencial", diz José Eduardo Rodrigues, conselheiro da Conpresp (conselho municipal que trata do patrimônio histórico).
"Vai ser preservada principalmente a qualidade de vida."

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