São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Equatoriano faz visita inédita

IGOR GIELOW
DO ENVIADO ESPECIAL

O presidente do Equador, Abdalá Bucaram, fará amanhã a primeira visita oficial de um chefe de Estado de seu país ao Peru.
A visita encerra dois significados simbólicos importantes para ambos os vizinhos.
Primeiro, ela ocorre após os dois países terem travado uma guerra de fronteira em janeiro de 1995.
Segundo, porque demonstra apoio de um antigo inimigo ao Peru durante a pior crise política desde que Alberto Fujimori assumiu o governo em 1990.
Desde 17 de dezembro, rebeldes do Movimento Revolucionário Tupac Amaru ocupam a casa do embaixador japonês em Lima. Até a madrugada de ontem, mantinham 74 reféns em seu poder.
Conflito
A guerra entre os dois países andinos não se resolveu totalmente. Tendo sido a reedição de um embate no vale do rio Cenepa que já havia ocorrido em 1941, o conflito está em suspenso.
Cessar-fogo acertado por países da região, encabeçados pelo Brasil, garantiu o fim formal das hostilidades. Mas há movimentos de tropas de ambos os lados da fronteira desde então.
O Palácio do Governo em Lima afirma que as questões fronteiriças não farão parte do programa da visita de Bucaram.
Pode ser, mesmo porque está marcada para 17 de fevereiro a primeira reunião dos dois países sobre o caso, em Brasília. Mas o valor simbólico da visita demonstra o estado de espírito dos países.
O principal problema das negociações é que o chanceler peruano, Francisco Tudela, é um dos reféns em poder do Tupac Amaru.
O presidente equatoriano, figura folclórica em seu país por costumar cantar em públicos, trará metade de seu gabinete para a visita.
Duas redes de TV rivais, a Pan Tel (Peru) e Sí TV (Equador), se uniram em um "pool" para fazer a cobertura da visita, prevista para durar até a quarta-feira.
(IG)

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