São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Boom econômico não ajuda Major

LUCIA MARTINS
DE LONDRES

O primeiro-ministro britânico, John Major, tem o trunfo que qualquer líder interessado em reeleição gostaria de ter: um boom econômico e previsões de mais crescimento para este ano.
Mas, mesmo assim, as pesquisas não dão esperanças para o sucessor de Margaret Thatcher. E é essa a pergunta que não sai dos editoriais e reportagens dos jornais ingleses: por que Major não consegue "capitalizar" esses frutos?
O principal motivo é o fato de a população estar cansada dos conservadores. São 18 anos ininterruptos de governo "tory", divididos entre Thatcher e Major.
"É muito tempo. As pessoas estão cansadas", diz o doutor em história Ben Pimlott. Segundo ele, os britânicos "têm uma memória inconsciente das crises econômicas vividas neste governo e na era Thatcher. Nada muda isso".
Nem mesmo a estimativa de um crescimento de 3,4% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas do país) para este ano -1,2 ponto percentual a mais do que no ano passado- ou a previsão, feita pelo Fundo Monetário Internacional, de que o Reino Unido terá a economia mais forte da Europa em um ou dois anos.
O segundo motivo para o fracasso de Major é a fragilidade do Partido Conservador, radicalmente dividido entre opositores e defensores da União Monetária Européia, e abalado por vários escândalos sexuais e financeiros de parlamentares. O caso do ex-secretário da Indústria e Comércio Neil Hamilton, que em outubro passado admitiu ter recebido dinheiro para fazer lobby, foi a gota d'água na credibilidade do partido.
(LM)

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