São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997 |
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Blair rompeu dogma socialista
LUCIA MARTINS
O item estipulava a ligação dos trabalhistas com velhas aspirações socialistas, como o fim da propriedade privada, por exemplo. Foi Blair que colocou o partido na era pós-Guerra Fria, seguindo a tendência da esquerda no mundo. Por isso e por ter levantado a popularidade dos trabalhistas, Blair é considerado um político arrojado, aventureiro e criativo. Mas, analisando o currículo do trabalhista, é fácil entender o seu comportamento e suas convicções. Blair não é um sindicalista que chegou ao poder no partido e também não começou a fazer política repetindo slogans marxistas. É um menino de classe média, que estudou direito numa das melhores universidades do país (Oxford) e cujo pai (também advogado) tinha simpatia pelos conservadores. Por essa razão, não foi tão difícil para ele reformar o partido. Já estava acostumado ao liberalismo e à economia de mercado. Seus sonhos não têm nada a ver com socialismo. Ele quer, na verdade, um capitalismo mais humano. E, por isso, seu grande problema ainda é conter o lado mais "vermelho" do partido. Apesar da credibilidade que tem, Blair também enfrenta o fantasma da inexperiência. Mesmo os seus fãs temem o fato de que o líder da oposição não tem vivência administrativa. "Ele tem caráter e competência, mas a inexperiência será um problema", diz o doutor em história Ben Pimlott. (LM) Texto Anterior: Boom econômico não ajuda Major Próximo Texto: Mulher deve ganhar espaço no Partido Trabalhista Índice |
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