São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997 |
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Estatal e BNDES divergem sobre a privatização
MÁRCIO DE MORAIS
Um grupo de técnicos da Vale, em reserva, defende a venda parcelada da estatal ou a exclusão de minas do processo de venda, para evitar problemas futuros de comprovação de preço subvalorizado, em função de descobertas posteriores. A venda parcelada da Vale significaria privatizar em separado as 40 empresas subsidiárias da estatal, como a Cenibra (celulose) e a Docegeo (pesquisa geológica). Tal modelo, na visão de alguns técnicos, seria mais rentável. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), vinculado ao Ministério do Planejamento, não aceita a discussão. A diretoria do banco quer cumprir o cronograma do governo, ou seja, fechar o primeiro trimestre com a Vale já privatizada. Até março, pretende-se vender o chamado "bloco estratégico" ou o controle acionário em poder da União. O restante das ações seria negociado depois. No BNDES, acredita-se que a burocracia da Vale trabalha contra a privatização da empresa. Quanto à exclusão de jazidas recentemente descobertas da venda da Vale, o governo já tem um argumento pronto: no contrato de venda haverá uma cláusula garantindo participação da União em descobertas futuras de minério. Reuniões As divergências na área técnica mostram que os obstáculos à privatização da Vale não são apenas de natureza política -os ex-presidentes José Sarney (85-90) e Itamar Franco (92-94) são contrários à venda da empresa, para citar os exemplos mais conhecidos. O Ministério do Planejamento estuda a realização de uma reunião extraordinária do CND (Conselho Nacional de Desestatização), em fevereiro, para dirimir as posições divergentes dentro da área econômica do governo. Até agora, só está confirmada a reunião do CND marcada para 29 de março, quando se pretende divulgar o edital de venda. Texto Anterior: Presidente da Vale quer reavaliação da empresa Próximo Texto: Petrobrás está pronta para mudanças, afirma Rennó Índice |
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