São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997 |
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Projeto "não vai resolver nada"
ROGERIO SCHLEGEL
(RSc) Folha - O sr. é favorável ao projeto aprovado no Senado? Alfredo Fiorelli - Sou contra, porque não vai resolver nada. De forma geral, só 25% das famílias se recusam a liberar a retirada de órgãos. E, mesmo que o projeto vire lei, as equipes médicas sempre vão pedir a autorização da família. Folha - Que problemas o projeto deixa de atacar? Fiorelli - O principal é a falta de infraestrutura da saúde, especialmente no atendimento de emergência. No pronto-socorro, o paciente que não tem chance de sobreviver e que seria um potencial doador é deixado de lado. Mesmo que seja feita notificação de sua morte cerebral, seus órgãos já não podem ser aproveitados. Folha - Existe desperdício de órgãos? Fiorelli - Não, todos os notificados são aproveitados. Mas há de fato problemas com a captação, que precisa ser mais ágil, melhorando a comunicação com a central de captação. Esse é um segundo grande problema não-tratado. Sem mudar isso, nenhuma lei terá impacto sobre a questão. Texto Anterior: Lei deve aumentar 30% oferta de órgãos Próximo Texto: França tem lei semelhante Índice |
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