São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997 |
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Para médico, houve 'evolução'
MAURO TAGLIAFERRI
Para ele, a aprovação do projeto se deu "no momento certo". (MT) Folha - O sr. aprova o projeto? Silvano Raia - Sim, ele veio no momento certo, houve uma evolução na legislação ao longo do tempo. Primeiro, legislou-se sobre a morte cerebral. Depois, sobre o consentimento da família. Então, foi a vez da lista única. Agora, chegou-se à doação presumida. Folha - Haverá aumento na oferta de órgãos? Raia - Vai aumentar, mas não muito. A falta de doadores se deve mais à falta de infra-estrutura da medicina pública de urgência. Não se mantém um doador potencial em condições de realizar a doação. Folha - Qual sua opinião sobre o caráter ético do projeto? Raia - A legislação brasileira prevê que todo cidadão morto por causa violenta deve ser autopsiado. Os órgãos dele são retirados e seccionados. Ou seja, a sociedade, para se defender, evitar o crime, permite essa extração. É lícito que, para salvar vidas, também se permita. Um doador salva oito vidas: com o coração, dois pulmões, dois rins, um fígado, um pâncreas e um intestino. Texto Anterior: França tem lei semelhante Próximo Texto: Hospitais continuarão a pedir permissão Índice |
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