São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Empresário morto era ligado ao setor calçadista

DA FOLHA RIBEIRÃO

O empresário Wanderley Silveira, proprietário das empresas Quimifran e Policouro, do setor calçadista de Franca, reconheceu a paternidade de Camile Cristine Pinto Silveira, 16, filha de uma antiga namorada, no ano passado.
"No último mês, ele se aproximou muito da menina. Ele dizia que queria dar mais atenção a ela e que queria ficar perto de Camile", disse Sidnei Franco da Rocha, ex-prefeito da cidade.
Rocha afirmou que além das duas indústrias, Silveira tinha três fazendas para criação de gado.
Segundo o amigo, o Cessna estava praticamente vendido para outra pessoa, mas Silveira interferiu na negociação porque gostou muito do avião.
Silveira foi candidato em duas eleições. Em 92, ele se candidatou a vice-prefeito de Franca pelo PTB.
Em 92, Silveira foi candidato a deputado federal. Sua plataforma política estava baseada na proteção ao setor calçadista, o mais importante na economia de Franca.
Ele também foi presidente do PTB até janeiro do ano passado.
Segundo o ex-prefeito Sidnei Franco da Rocha, Silveira estava casado com Shirlei Barbosa há cerca de três anos.
Responsabilidade
A responsabilidade pelas condições das aeronaves que operam no aeroporto de Franca é dos próprios pilotos.
Não existe, no aeroporto, uma equipe que cuida da checagem do estado dos aviões.
A manutenção das aeronaves apenas pode ser feita em oficinas especializadas em Ribeirão Preto, que fica a 88 km de Franca, ou em Batatais, a 60 km.
Segundo o administrador do aeroporto, Daniel Borges, 40, a maioria dos 17 aviões baseados no aeroporto vai para oficinas nessas cidades.
Em geral, os aviões que partem de Franca são utilizada para vôos executivos de empresários do pólo calçadista da cidade.
O aeroporto de Franca, segunda maior cidade da região nordeste do Estado, realiza uma média de 200 a 250 vôos por mês.
A última manutenção do Cessna que caiu ontem foi feita entre novembro e dezembro na oficina Hangar 2, em Batatais.
O dono da oficina, Rui Teles, 47, afirmou que o Cessna estava em boas condições de vôo.
"O avião tinha boas condições. Estava tudo perfeito. Cuido dele há muito tempo", afirmou. Segundo Teles, aeronave do acidente foi fabricada em 1966 e passava pela oficina regularmente.
Teles afirmou que o Cessna voa a 300 km por hora e tem autonomia para seis horas de vôo.
O piloto Antonio Moraes Figueiredo Silva, 32, amigo do piloto Marcos Vinicius Ranzini, envolvido no acidente, disse que o Cessna havia tido uma pane elétrica, entre São Paulo e Guarulhos, que teria sido contornada.
Segundo Silva, foi o próprio Ranzini, que pilotava o avião, que contou a história sobre a pane elétrica. Silva disse não possuir mais detalhes sobre o assunto.

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