São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997 |
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Metade da frota executiva está irregular
DA REDAÇÃO Quase a metade da frota de cerca de 10 mil aeronaves da aviação executiva brasileira -4.725 aviões- opera em condições irregulares.A categoria inclui aviões de empresas, transporte privado e táxi aéreo. Nos últimos três anos, houve 229 mortes em acidentes com aviões desse tipo. A maior parte dos aviões considerados irregulares pelo DAC (Departamento de Aviação Civil da Aeronáutica) é composta por jatinhos e pequenas aeronaves de particulares e empresas de táxi aéreo. No ano passado, a frota de jatinhos particulares e táxi aéreo foi responsável por 51 acidentes, com 65 mortos, segundo dados registrados até 30 de novembro. Em 95, segundo documentos do Cenipa (Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes), da Aeronáutica, foram 81 mortos em 68 acidentes. Estima-se que haja cerca de 20 acidentes graves para cada 1 milhão de decolagens feitas por aviões pequenos no Brasil. No setor comercial, há dois acidentes graves a cada 1 milhão de decolagens, número próximo aos registrados na Europa. A principal irregularidade registada pelo DAC é a falta de manutenção ou a manutenção inadequada das aeronaves. Segundo pilotos e mecânicos, os donos dos aviões fogem da manutenção ou procuram oficinas que falsificam esse tipo de serviço a pedido dos donos das aeronaves. A medida é adotada por economia. O objetivo é receber o "ok" da oficina de que o avião está pronto para voar. Todos os anos os donos de aeronaves são obrigados a realizar a IAM (Inspeção Anual de Manutenção). Nesse momento, proprietários negociam para obter a legalização do avião sem cumprir todos os itens. Os aviões monomotores lideram as estatísticas de acidentes aéreos há pelo menos 12 anos, segundo dados do Cenipa. Esse tipo de aeronave já respondeu por 78% dos aviões acidentados. Em 96, até 31 de outubro, esse tipo de aeronave foi responsável por 54% dos 81 acidentes ocorridos. Em número de acidentes, os monomotores são seguidos pelos bimotores e pelos helicópteros. Texto Anterior: Frequência de casos assusta Próximo Texto: Moradores temem novos acidentes Índice |
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