São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Chuvas ameaçam 40 mil em Campinas

MARCELO BARTOLOMEI
PATRÍCIA ARICÓ

MARCELO BARTOLOMEI; PATRÍCIA ARICÓ
DA FOLHA CAMPINAS

Duas crianças estão desaparecidas; 21 áreas da periferia estão mais sujeitas a desabamentos e enchentes

As chuvas ameaçam a segurança 40 mil pessoas que moram em 21 áreas de maior risco na periferia de Campinas (99 km de SP). A informação é da Defesa Civil.
Até o início da noite de ontem, o Corpo de Bombeiros havia encontrado apenas o corpo do garoto Alex da Silva Batista, 5, levado pela enxurrada na noite de anteontem.
Os bombeiros vasculharam o córrego durante todo o dia de ontem à procura dos corpos de Maria de Lurdes da Silva Felix, 3, e de uma criança de 6 meses, identificada apenas como Luana.
Ao todo, a cidade tem hoje 100 mil pessoas vivendo em 52 áreas sujeitas a inundações e desmoronamentos.
Entre ontem e anteontem, 16 famílias ficaram desabrigadas e cinco pessoas foram arrastadas por enxurradas.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, Éden José Simon Ruga, 39, os desabrigados foram encaminhados para a casa de familiares ou vizinhos.
Solidariedade
"Oferecemos às famílias o Camin (Centro de atendimento ao Migrante, Itinerante e Mendicante), mas eles preferiram ficar nas casas", disse.
Ruga afirmou que um barraco foi destruído pelo vento e pela chuva no Jardim Campos Elíseos, na região oeste. "Sorte que a família percebeu que o barraco não iria aguentar e saiu", disse.
Segundo Ruga, as famílias constroem barracos à beira de rios e córregos e se tornam vulneráveis às chuvas mais fortes.
"São áreas sem infra-estrutura, como canalização e bocas-de-lobo, o que transforma ruas de terra em verdadeiros rios", afirmou.
"Se mais famílias ficarem desabrigadas e não tiverem para onde ir, todos terão que ajudar e nós vamos pedir ajuda para o governo do Estado se for necessário", disse.
O secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Silvio Romero Tavares, disse ontem que o Procen (Programa de Combate a Enchentes) deve começar este ano.
O departamento de Serviços Públicos da prefeitura prometeu iniciar hoje uma "megafaxina" em áreas próximas a córregos.

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