São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Decisão divide líderes religiosos

DA REPORTAGEM LOCAL

A aprovação do projeto de lei que torna os brasileiros doadores de órgãos pelo Senado divide as opiniões dos líderes religiosos.
Dom Ivo Lorscheiter, 69, membro da direção da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) diz que a decisão é "elogiável".
A medida recebe o apoio do bispo primaz da Igreja Anglicana no Brasil e presidente do Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), Glauco Soares de Lima, 63. "Somos plenamente favoráveis."
Igrejas evangélicas, como batistas e presbiterianas, consideram o assunto "pessoal". "Não há proibição", disse o pastor presbiteriano Luciano Vergara, da Associação dos Evangélicos do Brasil.
O rabino Arnold Turchick, 57, acha que o governo não deve interferir. "O judaísmo considera o ato de doar órgãos como o de salvar vidas. Pessoalmente, acho que cada pessoa deve decidir se quer doar seus órgãos. Não o governo."
O budismo e o espiritismo também aprovam a doação de órgãos.
Os muçulmanos não devem doar nem receber doação de órgãos. Segundo o xeique da mesquita Brasil, Armando Hussein Saleh, 38, o corpo humano não pertence aos homens. "Cada homem nasce com o tempo de vida determinado. Não é um órgão que vai aumentar seu tempo de existência. Não doarei meus órgãos porque entendo estar impedido pela religião."
Os seguidores da religião Testemunhas de Jeová reviram sua posição quanto à doação órgãos e autorizam sua realização.

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