São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Importador faz crítica

FERNANDO OLIVA
DA REDAÇÃO

As importadoras nacionais discordam das exigências estabelecidas pela portaria 255. A maioria prevê diminuição da oferta de marcas estrangeiras acompanhada de elevação nos preços do vinho.
Outra queixa das empresas diz respeito ao custo da viagem do técnico do Governo às regiões produtoras no Exterior.
Ciro Lillas, proprietário da Mistral, acredita que "se a portaria realmente 'pegar', vinhos de qualidade elaborados por pequenos produtores estrangeiros vão sumir do mercado, como o Barolo, italiano, e o De Vogüe, francês da Borgonha".
Mais: o importador acha que a 255 vai incentivar o contrabando de vinhos finos, "a única maneira de os bons produtores entrarem no Brasil".
A Maison Du Vin, que existe há 22 anos e hoje é uma das principais importadoras nacionais, atua junto a cerca de 70 produtores estrangeiros. De acordo com Ana de Andrade, gerente-geral da Maison, a empresa antecipou-se à vigência da 255 e deu entrada em 323 processos de cadastramento de produtores e seus vinhos.
Até o momento, o MAA (Ministério da Agricultura e Abastecimento) aprovou o cadastramento de apenas quatro vinícolas produtoras. "O trâmite de importação vai ficar ainda mais burocratizado", diz Ana Maria. Quanto aos valores cobrados por garrafa, afirma: "Com todas as dificuldades criadas pela lei, a oferta tende a diminuir, e o preço do vinho acaba subindo um pouco".
Já a Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura), representante dos produtores nacionais localizada em Bento Gonçalves (RS), acha que a grande vantagem da 255 é estabelecer igualdade de condições para a competição entre o vinho brasileiro e o importado. "Queremos disciplina na importação e uniformizar a classificação do vinhos", afirma Danilo Cavagni, presidente da entidade.

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