São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Bombas deixam 6 feridos nos EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Polícia federal suspeita de bombas que teriam como alvo clínica de aborto de Atlanta, sul do país

Bomba deixam 6 feridos nos EUA
Duas explosões abalaram ontem o prédio onde opera uma clínica de abortos em Atlanta, Geórgia, sul dos EUA. Seis pessoas ficaram feridas na segunda explosão.
No próximo dia 23, comemora-se o 24º aniversário da legalização do aborto no país. A oposição à interrupção intencional da gravidez continua a mobilizar muitos conservadores nos EUA, e vários atos de violência contra clínicas de aborto têm sido praticados.
A primeira explosão de ontem aconteceu por volta de 9h30 locais (12h30 em Brasília), na clínica Atlanta Northside Family Planning Services, que ocupa o andar térreo de um edifício comercial de cinco andares. Ninguém se feriu.
Uma hora depois, no entanto, quando o prédio estava cheio de policiais e jornalistas, uma segunda explosão ocorreu numa lixeira do lado de fora do edifício. Seis pessoas, entre elas um agente federal, foram hospitalizadas. Nenhuma delas corre risco de vida.
A polícia federal diz ter suspeitas de que as duas explosões tenham sido provocadas por bombas que tinham a clínica como alvo.
Em 27 de julho passado, uma bomba explodiu em Atlanta durante os Jogos Olímpicos e provocou a morte de duas pessoas. Ninguém foi acusado até agora pelo atentado de julho.
Em Washington, a Federação Nacional pelo Aborto condenou o incidente de Atlanta. Sua diretora executiva, Vicki Saporta, disse que "as explosões mostram que a violência contra as clínicas de aborto é um problema que continua a existir em níveis insuportáveis".
Em 1994, John Salvi, um católico, matou duas recepcionistas em clínicas de aborto em Massachusetts, Costa Leste. Salvi foi assassinado na prisão no ano passado.
Também em 1994, um ex-pastor protestante, Paul Hill, matou duas pessoas em uma clínica na Flórida, onde em 1993 um médico havia sido assassinado.
Paul Hill, que cumpre pena de prisão perpétua, foi a primeira pessoa condenada por uma nova lei federal que proíbe o impedimento do acesso de pessoas a clínicas de aborto.
Grupos conservadores durante anos fizeram piquetes em frente a clínicas de aborto para bloquear a passagem de pacientes.

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