São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Cidade desiste de aulas em 'inglês negro'

DE WASHINGTON

Cidade desiste de introduzir 'inglês negro' nas escolas
As autoridades educacionais de Oakland, Califórnia (Costa Oeste dos EUA), reverteram sua decisão de considerar o "ebanês", inglês falado por negros no país, como língua estrangeira.
Em reunião tumultuada, que terminou na madrugada de ontem, os sete responsáveis pelo ensino público da cidade voltaram atrás e desistiram de sua intenção de ensinar os estudantes negros em inglês e "ebanês" com o objetivo de melhorar seu desempenho.
O "inglês negro" é considerado um dialeto por linguistas e pelo governo federal. A Prefeitura de Oakland tinha aceitado o argumento de que suas características sintáticas e gramaticais têm raízes em línguas da África ocidental.
Entre as características do "ebanês" estão o uso não conjugado do verbo estar ("Eu estar triste") e o uso de várias negativas ("Ninguém não viu nada") - considerados errados em inglês.
A decisão de ontem mantém a ordem aos professores de Oakland para que "respeitem e aceitem a legitimidade e a riqueza dos padrões linguísticos do que é agora conhecido como ebanês", mas desiste de procurar verbas federais para que os estudantes negros pudessem ter aulas em "ebanês".
Cerca da metade dos alunos das escolas públicas de Oakland é constituída por negros. Alguns professores vêm ensinando em "ebanês" para esses alunos há anos, por iniciativa própria, e, segundo eles, com excelentes resultados.
A decisão anterior das autoridades de Oakland provocara intensa reação nos EUA de pessoas que a consideravam como a legitimação da gíria e do erro e um fator para aprofundar divisões raciais.

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