São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997
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Governo de SP inicia venda da Ceagesp

SILVANA QUAGLIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo paulista começou a vender, ontem, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Foram vendidos 4.950 metros quadrados de um armazém de 13 mil metros quadrados no bairro da Mooca (zona leste da capital).
O comprador, o empresário Aron Hallak, que trabalha com tecidos, pagou R$ 940 mil pela área. A oferta ficou pouco acima do preço mínimo, fixado em R$ 931 mil.
O armazém da Mooca é dividido em módulos de aproximadamente mil metros quadrados cada. Os módulos arrematados pelo empresário estavam desativados.
Outros três empresários chegaram a retirar o edital de venda do armazém, mas só Hallak fez oferta.
Um desses empresários, segundo o presidente da Ceagesp, Fuad Nassif Ballura, teria mandado representante ao local onde as propostas deveriam ser entregues, mas o próprio empresário só chegou lá depois de terminado o prazo para a entrega de envelopes.
O edital para a venda da área no armazém da Mooca foi publicado em 18 de dezembro de 96. Os interessados deveriam visitar o local e preparar um laudo confirmando conhecer o estado em que se encontra a propriedade.
Nova estratégia
Além do armazém da Mooca, a Ceagesp tem outros quatro armazéns na capital paulista. A estatal do abastecimento conta ainda com 43 armazéns em outras 40 cidades do Estado e 13 Ceasas (centrais de entrepostos comerciais).
O patrimônio da estatal foi avaliado em R$ 250 milhões pela Ernst & Young e pela Trevisan & Associados, que praticamente desapareceriam se fossem pagos os R$ 210 milhões que a empresa deve ao Banespa.
O governo fez duas tentativas frustradas de vender a estatal, no ano passado. Não apareceram compradores. A saída foi mudar a estratégia de venda.
"Resolvemos vender em partes, sempre que algum comprador manifestar interesse", afirmou Ballura. Foi assim com o armazém da Mooca. Hallak procurou o governo em novembro e o processo foi iniciado em dezembro.
A dívida da Ceagesp com o Banespa está prestes a desaparecer. O pagamento foi renegociado com a União, junto com o restante das dívidas do Estado, que somam cerca de R$ 60 bilhões.

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