São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997 |
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MST anuncia invasão a escritórios da Vale
LUIS HENRIQUE AMARAL
Segundo Gilmar Mauro, da coordenação nacional da entidade, na próxima semana o MST vai iniciar também uma série de ações contra a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso e pela reforma agrária. "Vai ter de tudo", disse, sem fornecer detalhes. As decisões foram tomadas na primeira reunião do ano da Coordenação Nacional do MST, realizada até ontem em Cajamar (40 km a noroeste de São Paulo). Além de anunciar os planos para 97, o MST criticou FHC. "O Fernando Henrique vai passar para a história como o presidente dos massacres", disse Mauro. O líder dos sem-terra lembrou que, este ano, já foram mortos 5 trabalhadores rurais em conflitos, contra 50 em 96. "Além disso, os massacres de Corumbiara (RO) e de Eldorado do Carajás (PA) ainda estão impunes", afirmou. Segundo Gilmar Mauro, a decisão do MST de se opor à reeleição de FHC se deve à política econômica do governo que, segundo ele, "quebrou a agricultura e gera milhões de desempregados". Para a entidade, a Vale não pode ser privatizada por ser "um patrimônio do país". No ano passado, o MST realizou 176 ocupações no país, envolvendo 45.218 famílias. Pontal Ontem, o líder do MST em São Paulo, José Rainha Jr., se encontrou com o secretário estadual da Justiça, Belisário dos Santos Jr., para pedir o desarmamento dos seguranças das fazendas da região do Pontal do Paranapanema. Eles marcaram nova reunião, na próxima semana, com o secretário da Segurança, José Afonso da Silva. Rainha afirmou que a UDR (União Democrática Ruralista) está criando grupos "paramilitares" para se opor ao MST. "Eles dizem que são funcionários das fazendas, mas um dos pistoleiros presos na semana passada é cabo da PM do Mato Grosso do Sul. Será que ele tem dois empregos?", ironizou. Texto Anterior: Governo de SP inicia venda da Ceagesp Próximo Texto: 'É um problema da polícia' Índice |
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