São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997 |
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Carreira como cineasta influenciou exposição
BETINA BERNARDES
"Minha primeira reação, quando fizeram a proposta, foi pensar: de novo essa história de exposição", conta. Depois, o lado de diretor de ficção falou mais alto. "Percebi que poderia ser muito interessante passar uma tarde ouvindo as histórias de uma figura com uma experiência de vida tão intensa e que se relacionou de uma outra forma com alguns mitos." "Uma exposição é como um filme. Conta-se uma história, a única diferença é que, em vez de assistir algo projetado, você anda por essa história, mas há a mesma construção de cenários, desenvolvimento de iluminação, roteiro." Isso tudo com uma vantagem, segundo Nauenberg. No cinema, tanto a montagem quanto o olhar da câmera são um privilégio do diretor. O espectador vê algo que está sendo contado por meio dos olhos de uma outra pessoa. A exposição seria um filme mais democrático. A incógnita era saber como Cardin reagiria à inovação montada em São Paulo. "A reação dele logo na entrada foi interessante. Quando viu aquele espaço branco só com silhuetas, ele falou, afinal de contas, o que é isso aqui, é a vida ou é a morte?" No fim do passeio de três horas e meia pela mostra, ele convidou Nauenberg para levar aquele formato para outras cidades do mundo onde ela fosse montada. Agora, o diretor divide os projetos de sua empresa, a Indústria Imaginária, com as exposições de Cardin. A firma foi montada depois que Nauenberg deixou o Departamento de Multimídia da Rede Globo, onde trabalhou por oito anos. "Eu achei que estava ficando velho, sob ponto de vista artístico, e saí para fazer coisas mais estimulantes." A empresa faz design, projetos gráficos, programação visual de TV. Para este ano, ele planeja filmar um longa-metragem, mas ainda mantém o assunto sob sigilo. (BB) Texto Anterior: Brasileiro realiza mostra para Cardin Próximo Texto: Inglaterra faz homenagem a Peter Blake Índice |
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