São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997 |
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Terroristas soltam um refém em Lima
IGOR GIELOW
O libertado é Luis Valencia Hirano, ex-chefe da Unidade Delta da Dincote (Direção Nacional contra o Terrorismo), departamento da polícia dedicado a missões especiais antiterror. Hirano foi solto às 14h25 (17h25 em Brasília), tendo sido levado para o hospital da Polícia Nacional do Peru para exames. Ele foi o primeiro refém solto pelo MRTA desde o dia 31 de dezembro. Ainda há na casa ocupada outros 73 reféns. A libertação ocorre um dia depois de o governo peruano endurecer sua posição na crise. O negociador oficial, Domingo Palermo, havia negado as condições do MRTA para participar de uma comissão de negociação. O grupo pedira a presença de representantes da Guatemala e de um país europeu, além de exigir que a libertação de membros do MRTA presos em cadeias peruanas fosse discutida. Além da negativa, o governo recrudesceu sua posição ao proibir todas as visitas aos cerca de 500 membros do grupo presos no país. A libertação de Hirano pode ser vista como uma concessão dos terroristas, mas o governo já avisou que vai manter sua posição. Carter O ex-presidente dos EUA Jimmy Carter ofereceu sua mediação para a crise dos reféns, que dura um mês. Carter fez a afirmação anteontem no Chile, onde visitava o presidente Eduardo Frei. O americano comanda o The Carter Center, entidade de promoção de direitos humanos e de estudo de relações internacionais. Carter já participou de outras mediações, como no caso do Haiti. O governo peruano, que até agora negou todas as ofertas de auxílio externas para a crise, não havia se manifestado até as 16h (19h em Brasília) de ontem. Jornalistas Ontem, o governo aumentou a zona de exclusão em torno da casa ocupada. Os jornalistas foram afastados cerca de cem metros. A Folha apurou que a medida visa dificultar o contato entre o MRTA e os jornalistas. Na última semana, o líder guerrilheiro Nestor Cerpa Cartolini se comunicou com jornalistas por meio de rádios duas vezes. Como a negociação oficial está suspensa, os jornalistas acabaram virando o único canal de comunicação do MRTA durante a crise. Texto Anterior: Sonda sugere vida em lua de Júpiter Próximo Texto: País debate nova reeleição de Fujimori Índice |
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