São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997
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O maior partido do Ocidente

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - O PSDB deseja ser o maior partido do Congresso Nacional. Está começando pela Câmara dos Deputados com uma operação arrastão como há muito tempo não se via.
Os tucanos têm hoje 87 deputados. Dão como certa a conquista de pelo menos outros 20, até o final do mês.
FHC já recebeu a confirmação de sete deputados que vão entrar no PSDB. Mas isso é só o começo.
Esses neotucanos são, como se sabe, todos ideologicamente sociais-democratas. Assim como FHC, o sociólogo que deixou o PMDB para fundar o PSDB por não se sentir bem junto aos peemedebistas "fisiológicos".
Para facilitar as coisas e evitar constrangimentos, não se exige de um adesista posição firme sobre distribuição de renda e outros temas que atormentam os sociais-democratas.
Basta o neotucano dizer "sim" quando indagado se é a favor da reeleição. Como num passe de mágica, nascerá mais um social-democrata.
Um dos comandantes da migração para o PSDB no Paraná é o deputado federal Basílio Villani. Está de saída do PPB de Paulo Maluf.
Ex-malufista, Villani também é ex-peemedebista, ex-petebista e ex-collorido. Votou contra o impeachment. Hoje quer a reeleição de FHC. É isso aí. Virou um feliz social-democrata.
Na quinta-feira, Villani foi recebido por FHC. Estava junto com outros deputados. Todos tomados por um repentino furor social-democrata.
Se tudo der certo, o ideológico PSDB deve começar fevereiro com 107 deputados. Vai ter cerimônia e discurso de FHC. Será a maior bancada da Câmara. Maior até do que a do seu irmão siamês, o PFL.
É uma rasteira no PFL e no PMDB. Os peemedebistas e os pefelistas perderão a primazia de indicar os presidentes e relatores das poderosas comissões de trabalho da Câmara.
Como maior partido, o PSDB mandará na Câmara. Fará isso sem compor bloco com outros partidos.
Ideológico, o PSDB prefere mandar sozinho. Não quer contaminar seus preceitos sociais-democratas.

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