São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Delegado nega agressões

DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado titular de Santa Rosa do Viterbo, Elton Tésti Renz, negou que as detentas tenham sido espancadas.
"O que houve foi uma rebelião contida pelos policiais. Tivemos que usar força para colocá-las de volta às celas e algumas saíram levemente machucadas desse confronto", afirmou o delegado.
Para Renz, uma prova de que não houve arbitrariedade é que cinco policiais militares e um civil teriam ficado feridos no confronto e sido medicados na Santa Casa da cidade.
O delegado confirma que a rebelião teve início após a proibição de que uma detenta fosse ao enterro de seu neto.
Ele justifica a proibição afirmando que o enterro aconteceria em uma cidade que fica a cerca de 100 km de Santa Rosa, e a detenta teria avisado apenas uma hora antes.
"Nós não temos obrigação de levar detentas a enterros, mas costumamos fazer essa gentileza. Mas nesse caso não daria tempo", afirmou Renz.
O delegado confirmou ter utilizado um caminhão-pipa para molhar as detentas. Segundo ele, seria uma maneira de fazê-las voltar às celas, sem usar "muita violência".
Como não houve resultado, ele autorizou a entrada de policiais civis e militares porque não podia deixá-las "destruir a carceragem".
Confronto
"Quando os policiais entraram na carceragem, elas estavam armadas de paus e pedras. Houve confronto e policiais e detentas saíram feridas, mas sem nenhuma gravidade", afirmou Renz.
Ele afirmou que apenas 12 detentas saíram feridas, e não 80 como disse a Comissão de Direitos Humanos.
Segundo ele, a polícia deu toda a assistência às presas após a rebelião. Renz nega que uma presa tenha abortado e outra tenha quebrado o braço. Mas a Santa Casa de Santa Rosa do Viterbo confirmou essas informações à reportagem da Folha.
As 80 detentas ficaram apenas dois meses em santa Rosa, enquanto a cadeia pública de Altinópolis, para onde voltaram no último sábado, era reformada.

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