São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Paris ganha museus de música e moda

BETINA BERNARDES
DE PARIS

Em uma semana, Paris ganhou dois novos museus: o da Moda, na ala de Rohan do Louvre, e o da Música, na Cité de la Musique.
O Museu da Música oferece um passeio pela história dessa arte. Ele reúne 900 instrumentos expostos em 2.800 m2.
O visitante pode reviver em nove capítulos o percurso da música no Ocidente.
Começa com a Itália barroca, passa pela música em Versalhes, vai para o opéra e os salões em Paris, os concertos públicos, a orquestra romântica, a grande ópera e o drama lírico, as exposições universais e termina no século 20, com as rupturas instrumentais.
Passando de uma sala à outra, o visitante segue a transformação progressiva das salas de espetáculo e dos componentes de orquestras nos últimos séculos.
A arquitetura das salas também ilustra o período que está sendo mostrado em cada segmento.
A coleção em exposição foi herdada do Museu Instrumental do Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris, fundado em 1795 com instrumentos confiscados durante a Revolução Francesa.
Depois, a esse primeiro grupo se juntaram numerosas doações e aquisições.
Grandes fabricantes de instrumentos musicais, como Adolphe Sax e Jean-Baptiste Vuillaume, têm ali representações.
Maestros e instrumentistas, como Casadesus e Victor Schoelcher, e responsáveis pelo museu, como Louis Clapisson e Genevieve Thibault de Chambure, contribuíram para enriquecer a coleção.
Lá estão cravos do século 18 feitos por Ruckers e Taskin para a rainha Maria Antonieta, flautas Hotteterre e o sintetizador E-Mu de Franck Zappa.
Há também móveis, acessórios, arquivos de manuscritos, pinturas, gravuras, fotografias inéditas e trabalhos experimentais.
Museu da Moda
No Palácio do Louvre, o Museu da Moda, inaugurado pelo ministro da Cultura, Philippe Douste-Blazy, abre ao público amanhã.
São 16 mil peças, 35 mil acessórios e 30 mil tecidos, do século 18 até hoje.
Embora a coleção seja permanente, uma inovação garantirá um atrativo a mais para o museu. Haverá uma mudança completa das obras duas vezes por ano.
Duas razões estimulam essa renovação a cada seis meses. Primeiro, garantir a conservação das peças. Segundo, mostrar a riqueza das coleções e garantir o interesse do visitante.
A primeira mostra representa, por exemplo, apenas 1% da coleção do museu.
A apresentação das peças será feita segundo temáticas temporárias. O primeiro tema é a geometria.
Ele é dividido em geometria do corpo (a roupa se adaptando a diferentes padrões de beleza, do corpo de formas arredondadas à magreza dos anos 90), geometria do corte (os diferentes volumes impostos) e geometria do motivo (losangos, quadrados, raios).
A ordem cronológica é inversa. A visita começa nos anos 90. As vitrines, expostas em 3.000 m2, são estruturadas como teatros sucessivos, marcando as rupturas produzidas de uma época a outra.
No "Look Anos 80" está exposto o sobretudo do ex-ministro Jack Lang, de Mugler. Há peças de Kenzo, Lacroix, Miyake, Montana.
A "Moda Jovem Anos 60" traz minissaias de tricô e tailleurs Dior e Chanel.
No espaço do século 18, podem ser vistas todas as peças usadas pela nobreza para seduzir, como espartilhos, saias com armação de arame e chapéus de plumas.

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