São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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'A floresta é rica como um banco'

DA AGÊNCIA FOLHA, EM ACRELÂNDIA (AC)

O seringueiro aposentado Irênio José do Nascimento, 66, que passou 50 anos extraindo o látex na floresta Amazônica, no Acre, vê com entusiasmo o manejo florestal no Projeto de Assentamento Extrativista Porto Dias.
"A floresta parece um banco, pois é muito rica", diz ele, que está fora do projeto, mas tem dois filhos que vão participar.
"Acho que eles vão viver melhor do que eu", afirma Nascimento.
Um de seus filhos é Adalberto Pereira do Nascimento, 37, tesoureiro da Associação dos Seringueiros de Porto Dias e agente de saúde, que manuseia fórmulas homeopáticas com essências retiradas da floresta.
Ele acha que o projeto será viável economicamente. "Os recursos são a fundo perdido, mas cada participante terá de devolver à associação os investimentos."
Adalberto diz também deve aumentar o número de moradores na área. Segundo ele, isso vai acontecer quando as dívidas forem quitadas, com a venda da madeira, possibilitando o financiamento de mais seringueiros.
Os seringueiros já substituíram três tradicionais estradas usadas pelos seringueiros em seu trabalho por 30 estradas de manejo. Os 60 km de antigos varadouros (caminhos que cortam a floresta) foram alargados em mutirão, e receberam 19 pontes de madeira.
Elas dão passagem ao "jerico" (trator) da associação que está sendo usado na retirada de madeira. Em cada estrada de manejo, de 10 hectares, existem em média 350 árvores, de quase 300 espécies.

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