São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997 |
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"Eles correm contra o tempo"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ACRELÂNDIA (AC) O engenheiro florestal do CTA Francisco José de Barros Cavalcanti, 39, foi quem planejou a experiência de Porto Dias.Graduado como mestre em manejo florestal pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), trabalhou em vários projetos idealizados por Chico Mendes. * Agência Folha - Por que o CTA decidiu envolver seringueiros na exploração da madeira? Cavalcanti - Os seringueiros correm contra o tempo. Sabem que é necessário estabelecer prioridades para assegurar logo a manutenção da floresta em pé, por meio de seu próprio uso. Agência Folha - Como isso pode acontecer? Cavalcanti - Quando uma espécie sobressai comercialmente, ela é "domesticada" (levada para ser cultivada em outro país), e a Amazônia perde competitividade. Aconteceu com o cacau, com a seringueira e com a pupunha. Dentre os produtos da floresta, a madeira é o mais estudado, de maior quantidade natural, um dos de maior liquidez e mais valiosos. Agência Folha - Converter seringueiro em explorador de madeira pode ser considerado aberração? Cavalcanti - A falta de fé na floresta remonta ao homem que desmatou pela primeira vez para cultivar alguma planta. O estigma da atividade madeireira permeia a opinião pública. A floresta está pronta. Basta respeitar as técnicas e as leis. Aberração é derrubar a floresta para fixar monoculturas. Texto Anterior: Especialistas vêem falhas Próximo Texto: Um gasto discutível Índice |
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