São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997 |
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Ministro isenta Estado de custear a saúde totalmente
LARISSA PURVINNI
Albuquerque participou ontem de manhã, Dia do Médico, do encontro "A Nova Realidade Econômica da Assistência Médica", no hotel Maksoud Plaza. "Se nós refletirmos com isenção sobre o texto legal constitucional e o dessas duas leis (as leis orgânicas 8.080 e 8.142, de 1990), nós verificamos que, com muita sabedoria, o legislador disse que o direito à saúde do cidadão é um dever do Estado. No entanto, em nenhum momento afirma, pelo contrário, que é obrigação do Estado assumir integralmente a prestação ou o financiamento da saúde." Segundo o ministro, a Constituição e as leis orgânicas de 90 criaram o modelo estruturante da saúde por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), mas apenas um modelo governamental. O ministro afirmou que, somente no governo FHC é que se completa o modelo estruturante da saúde no Brasil, composto de seguros privados e governamental. Ele citou artigo publicado no "New England Journal of Medicine", que apontaria para um futuro em que a responsabilidade do financiamento e prestação de serviços de saúde se dirige ao sistema misto. "Como o que há no Brasil e que agora achamos que estamos complementando com a regulamentação dos planos de saúde." O ministro afirmou que a lei que regulamenta os planos de saúde, aprovada na última semana, ainda não é a ideal. Para Albuquerque, ela deverá ser revista em três ou quatro anos. Segundo Albuquerque, não foi possível incluir na lei um estímulo a serviços privados de emergência. Segundo ele, o Estado ainda terá de arcar com os procedimentos de alto custo, o que, afirma, equivale a um financiamento de R$ 600 milhões às empresas privadas. "Não é protecionismo. Não acho que que seja errado, já que o governo tem de prover equidade e universalidade. Se os planos de saúde não resolvem, é responsabilidade do Estado." Segundo ele, os governos introduziram distorções no sistema, pois hoje todos os pacientes, inclusive os de planos privados, procuram prontos-socorros públicos. Texto Anterior: Indústria da corrupção Próximo Texto: Covas reconhece que o PSDB "inchou" Índice |
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