São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997 |
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Para Febem, 20% deveriam ser soltos
ANDRÉ LOZANO
"Pelo menos 20% desses internos (620 menores) poderiam ter atendimento adequado no sistema de liberdade assistida (sem estar recluso)", disse Domingues. Quem determina a medida de internação é o juiz da Vara da Criança e do Adolescente. Até o último dia 15, as unidades de internação da Febem -que incluem os complexos do Tatuapé e da Imigrantes, na capital, e internatos no interior- abrigavam 3.094 menores -um quinto do total de presos condenados (15.859) que cumprem pena em distritos policiais e cadeias públicas do Estado de São Paulo. A maioria dos infratores internados é proveniente da capital: 46,12%, segundo os últimos dados da Febem. Da região metropolitana, vêm 19%. A maioria dos internos têm entre 17 e 18 anos (56,5%). Segundo a Febem, a principal infração cometida por eles é o roubo (57,4%). Em seguida vem o furto (10,2%) e o tráfico de drogas (9,38%). Os casos de homicídio ficam em quarto lugar, com 5,26% das ocorrências. Os estupros, por exemplo, não ocorrem com frequência -representam 0,33% dos casos. Número de menores O projeto Travessia, financiado pelo BankBoston e pelo Sindicato dos Bancários, contabilizou, de julho de 1996 a setembro de 97, 1.183 crianças em situação de rua no centro velho de São Paulo (Anhangabaú, São Bento e Sé). Segundo a supervisora do programa, Maria Júlia Azevedo Gouveia, desse total, 804 são jovens menores de 18 anos. A maior parte dos adolescentes têm entre 12 e 17 anos (520). A maioria (545) também está morando na rua sozinha. Os menores que estão na rua com a família são minoria (32). Segundo os dados do projeto, 67% dos meninos e meninas de rua usam o espaço público como sobrevivência e moradia. (AL) Texto Anterior: Ex-garoto de rua sonha ser fotógrafo Próximo Texto: Menor de rua nem sempre é infrator, diz sociólogo Índice |
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