São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997 |
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Menor de rua nem sempre é infrator, diz sociólogo
ANDRÉ LOZANO
O circuito de bairro é aquele que se refere ao menor infrator. "O infrator surge nos bairros. A falta de equipamentos públicos de educação, cultura e lazer, que ocupariam o tempo dos adolescentes, faz com que menores passem a delinquir", afirmou Adorno. "O adolescente de classe média vai para a aula de inglês, para a ginástica, para o shopping. O jovem de classe baixa não dispõe desses atrativos, por isso está mais sujeito aos atos infracionais." Esses adolescentes vivem, na maior parte dos casos, conforme mostrou a pesquisa, com suas famílias em casas razoáveis e em locais com boa infra-estrutura básica, embora com carência de estruturas sociais e educativas. Para o sociólogo, crianças e adolescentes inseridos no chamado circuito de rua não são, necessariamente, infratores. "São crianças, mais novas que as do circuito de bairro, que buscam liberdade e autonomia. Atualmente, são atraídas pou uma grande grife, o crack", afirmou Adorno. Desarticulação Adorno sugere que sejam criadas redes de desarticulação desses circuitos. "É preciso que se implantem programas dinâmicos variados. Os jovens têm de ter a chance de optar por uma diversidade de esportes, lazer e movimentos culturais." Para ele, essa rede de desarticulação deveria contar com a participação da sociedade civil. "Não podemos depender somente do Estado." (AL) Texto Anterior: Para Febem, 20% deveriam ser soltos Próximo Texto: Hora da espera vira tortura para parceiro Índice |
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