São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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Morre o presidente mundial da Coca

Roberto Goizueta sofria de câncer

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente mundial da Coca-Cola, Roberto Goizueta, morreu ontem de manhã, aos 65 anos, em Atlanta (EUA), vítima de câncer no pulmão.
Nascido em Cuba, Goizueta era um exemplo de imigrante que conseguiu chegar ao topo do mundo empresarial norte-americano.
Na segunda-feira passada, foi internado no Emory University Hospital, onde se submetia a tratamento de radiação e quimioterapia, o que acabou prejudicando seu sistema imunológico.
O câncer no pulmão foi diagnosticado em setembro, depois que Goizueta se sentiu mal durante uma viagem de negócios.
Na última quinta-feira, quando já estava internado em Atlanta, sede mundial da Coca-Cola, ele deixou de comparecer pela primeira vez, nos dezesseis anos de presidência, a uma reunião do conselho de administração.
Formado em engenharia química, o executivo da Coca assumiu a direção da multinacional em 1981 e sua trajetória à frente da empresa foi marcada pela ousadia.
Doug Ivester, principal executivo da Coca-Cola desde 1994, é apontado como provável sucessor de Goizueta à frente do conselho.
Liderança
Goizueta conseguiu firmar a Coca como líder mundial do setor de refrigerantes ao mesmo tempo em que tornava as ações da empresa das mais rentáveis nas Bolsas.
Apostando na diversificação da linha de produtos da empresa -lançou a Diet Coke e a "new" Coke-, Roberto Goizueta fez o valor de mercado da Coca aumentar vertiginosamente no período em que esteve no comando.
A multinacional, que valia cerca de US$ 4 bilhões em 1981, tem valor de mercado estimado atualmente em US$ 150 bilhões.
Um investidor que tenha comprado cem dólares em ações da Coca no dia em que Goizueta assumiu a presidência teria hoje, com a alta do preço das ações e os dividendos acumulados, US$ 6.500.
Outra marca de Goizueta foi a aposta em mercados em que a multinacional tradicionalmente não atuava, como a China, a Rússia e a Índia.

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