São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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Biologia vai bem além da sala de aula

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Mudanças à vista. A biologia está em alta e os profissionais da área começam a deixar a sala de aula para conquistar campos de trabalho, como ecologia e microbiologia, que até há pouco tempo praticamente não geravam empregos.
"O biólogo não está mais fadado a dar aula. Hoje, há várias áreas em crescimento", afirma Carlos Alberto Moreira Filho, 46, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (Universidade de São Paulo) e pesquisador da área de biotecnologia.
Moreira Filho aponta a genética, a microbiologia e a área ambiental como os campos de trabalho mais promissores para quem faz o curso superior de biologia.
O curso da USP é apontado como o melhor do país, seguido pelo da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Segundo Crodowaldo Pavan, 78, pesquisador da USP, a biologia genética é o ramo da biologia que mais cresce. Por meio da genética, estuda-se, por exemplo, a transmissão hereditária de doenças.
"A genética vem dando um show no mundo todo e também no Brasil", afirma. Um recente avanço na área é a clonagem e seu clássico exemplo, a ovelha Dolly.
Segundo Pavan, quem deseja se especializar na área pode trabalhar em institutos de pesquisa e laboratórios. O salário gira em torno de R$ 1.500 mensais.
A microbiologia também está em alta. Por lidar com pequenas partículas, como bactérias, tem aplicação direta na indústria. Mas sua aplicação chega até mesmo às pesquisas que visam minimizar o efeito estufa.
A pesquisadora da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Johana Dobereiner, apontada como uma das maiores cientistas do mundo em microbiologia, diz que empresas privadas estão abrindo espaço para o biólogo. Mas avisa que o mercado ainda é restrito.
A área ambiental é outro ramo que tem recebido um empurrão da iniciativa privada. O principal motivo é o certificado ISO 14000, concedido a empresas que preservam o meio ambiente.
Noemy Yamaguishi Tomita, presidente do CRB (Conselho Regional de Biologia) de São Paulo, confirma o aumento de vagas nessa área, mas diz que ninguém deve se iludir. "Nenhuma mudança é brusca", afirma.

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