São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997
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A arquitetura do medo

Exemplares típicos dos condomínios residenciais construídos na cidade na década de 40, os edifícios situados na República do Líbano (esq.) e Mourato Coelho (dir.) não apresentam maiores preocupações quanto à proteção externa. Com alguns apartamentos situados no nível da rua, uma pequena mureta serve de delimitação entre o prédio e o passeio público.
Dentro da estética modernista, que previa "pilotis" e áreas de convivência para os moradores no pavimento térreo, nos edifícios construídos nas décadas de 50 e 60, em Higienopólis, nos exemplos da praça Vilaboim (esq.) e rua Piauí (dir.), a segurança ainda não era preocupação central. Preservados dentro de suas feições originais, tais edifícios ainda conservam a área de recuo aberta para a rua.
Durante a década de 70, nos bairros de classe média alta paulistana, o item segurança passa a integrar o programa construtivo dos edifícios. Os recuos frontal e lateral passam a ser isolados da rua por muros e grades, que, com mais ou menos sucesso, procuram se integrar ao estilo arquitetônico do prédio. Como exemplos, edifícios na rua da Consolação (abaixo) e alameda Franca (dir.).
Nos edifícios construídos a partir da década de 80, a segurança passa a prevalecer agressivamente sobre os critérios estéticos e construtivos. Além da guarita, que já surge como item obrigatório dos edifícios (esq., em Moema), altas grades de proteção integradas a sistemas eletrônicos passam a fazer parte da fachada dos condomínios residenciais (dir. e acima, nos Jardins).

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