São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997
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Ataque de praga é o pior em 10 anos

DA REDAÇÃO

A incidência de pragas na cultura do feijão este ano no Brasil é a maior dos últimos dez anos, segundo o técnico do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) Marco Antônio Lollato.
A ausência de geadas, diz ele, favoreceu a proliferação de pragas durante este ano e algumas lavouras estão sendo precocemente atacadas.
"Há produtores que já fizeram três aplicações de inseticidas na lavoura, um número muito alto para esta época do ano", diz o técnico do Iapar.
O inseto é transmissor de doenças como o mosaico dourado, que causa manchas nas folhas e deformação das vagens.
Os melhores métodos de controle, segundo ele, são o plantio em épocas recomendadas, que variam por região, e utilizar variedades resistentes ao mosaico dourado.
Já para combater outras pragas, como a cigarrinha verde e a vaquinha, deve ser feito o tratamento de sementes, além de aplicações de inseticidas nas folhas.
Ela provoca manchas escuras nas folhas, hastes, vagens e sementes da planta.
O controle pode ser feito por meio de sementes sadias, da rotação de culturas e do uso de variedades resistentes.
Abuso
"É preciso educar o agricultor sobre o uso de fungicidas", diz o pesquisador do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) Jairo Lopes de Castro.
Ele afirma que, muitas vezes, o produtor utiliza venenos como método preventivo, sem mesmo saber qual é a doença que está atacando a lavoura.
"Sem saber, o agricultor está jogando dinheiro fora, pois a doença ou a praga pode não ter atingido um nível que gere danos econômicos", afirma.
Outra medida importante, de acordo com Castro, é utilizar sementes certificadas.
O pesquisador afirma que, para economizar dinheiro, muitos têm plantado sementes vindas dos pés localizados em suas próprias propriedades, ao invés de adquirir variedades recomendadas por agrônomos.
Preocupada com a proliferação de pragas e doenças, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo prepara boletins técnicos sobre o manejo integrado das lavouras.
As publicações incluem uma série de produtos, como feijão, milho, citros, café, algodão e hortaliças, e devem ficar prontas até o final deste ano.
Segundo o secretário-adjunto, Antônio Carlos de Macedo, os boletins serão destinados a agrônomos do Estado e mostrarão as diversas armas de combate.
"As informações chegarão ao produtor por meio desses agrônomos, mas não estão descartadas publicações resumidas para o agricultor."
"O produtor está carente desse tipo de informação", afirma o pesquisador do Instituto Biológico de São Paulo Benedito de Camargo Barros.

Onde saber mais: Iapar, tel. (043) 376-2452.

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