São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997
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Para Brizola, cadeia pode unir esquerda

Ex-governador pressiona PT para formar chapa

BERNARDINO FURTADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do PDT e ex-governador do Rio, Leonel Brizola, decidiu aumentar a pressão sobre o PT para fechar logo a chapa para a eleição presidencial de 1998 e as alianças para disputar os governos de Estados-chave, como o Rio e o Rio Grande do Sul.
Brizola usou ontem a festa de inauguração da nova sede do PDT paulista para dar o recado aos petistas e chegou a admitir, embora no terreno das hipóteses, ser, ele próprio, novamente candidato a presidente da República. Demonstrando impaciência com os desacertos na frente de oposições, Brizola ironizou:
"Acho que a unidade da oposição está em dificuldades. Talvez ocorra com facilidade no segundo turno e, se não tiver segundo turno, vai ser na cadeia, o único lugar onde a esquerda brasileira sempre se uniu".
Brizola foi brindado pela direção paulista do PDT com um cartaz de campanha Rossi (Francisco Rossi) governador, Brizola presidente. Brizola agradeceu o mote e, num recado para os petistas que resistem a apoiar o pedetista Antony Garotinho para o governo fluminense, disse que iria bater à porta do PT para apresentar Rossi como opção de candidato de centro-esquerda para governador de São Paulo.
"A minha prioridade hoje é buscar a unidade das oposições, mas o PDT, que foi o partido de oposição com mais votos nas eleições municipais de 1996, não pode ficar ao sabor das vacilações e disputas internas de outros partidos."
Brizola atribuiu o impasse na frente de oposições ao veto do governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e à relutância do petista a sair candidato de um aliança reduzida ao PT e ao PDT.

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