São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997 |
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Agências prevêem 'boom' do setor com lei
MÁRIO MAGALHÃES
"Seria como sair da Idade da Pedra, quando o amadorismo ainda rege o esporte de alto nível", afirma João Henrique Areias, diretor-presidente da Sportlink. Sua agência criou a Liga Nacional de Basquete e representou, em bloco, para contratos de publicidade, os jogadores que venceram a Copa do Mundo de 1994, nos EUA. Areias teve acesso a relatório de bancos de investimento que planejam investir no futebol. O estudo estima em 0,5% do PIB (R$ 3,8 bilhões) o dinheiro movimentado pelo mercado esportivo no Brasil, incluindo direitos de TV, publicidade, material esportivo, bilheteria etc. Análise do Ministério dos Esportes contabiliza em R$ 800 milhões (0,1% do PIB, o total de bens e serviços produzidos anualmente pelo país) o peso do esporte. O impacto econômico do setor poderia subir para US$ 25 bilhões, em cinco ou seis anos, segundo o ministério, atingindo faixa entre 3% e 4% do PIB. Nos EUA, o esporte representa 3,5% do PIB. Na Itália, só o futebol gera 2,5% do PIB. Uma multinacional de material esportivo, como a Nike, fatura US$ 8 bilhões por ano. O empresário Leonardo Gryner considera "a idéia sensacional. Transformar clubes em empresas é uma decisão inteligente, um modelo que o mundo inteiro adota." Gryner é sócio da Sportsmedia, agência do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). O deputado Eurico Miranda (PPB-RJ) considera o projeto "encomendado" para favorecer a Pelé Sports & Marketing. Gryner diverge: "Favoreceria o mercado como um todo. Criaria oportunidades para empresas em geral, e não uma em particular". Hélio Viana, sócio de Pelé, afirma que "o primeiro impacto da lei será a correção de rumos. As leis atuais impedem o mercado de entrar nesse filão esportivo". Ele diz que a indústria do esporte é a que mais cresce no mundo. "Nos EUA e na Europa, os fundos de pensão cansaram de investir em shoppings, que faturaram alto nos anos 80. Hoje, investem em arenas e estádios esportivos." (MM) Texto Anterior: Maior rival desaprova o projeto Próximo Texto: A noite dos desesperados Índice |
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