São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

General é investigado por propor golpe

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Procuradoria Geral começou a investigar o general Lev Rokhlin por causa de declarações que teriam sido feitas por ele no último final de semana contra o governo do presidente Boris Ieltsin.
Rokhlin, que comandou tropas russas na Tchetchênia e é o atual líder do comitê de Defesa da Duma (Câmara dos Deputados), teria afirmado que seu movimento político pretende retirar Ieltsin do governo no próximo ano.
As declarações foram divulgadas pela agência de notícias russa "Interfax".
O general Rokhlin se torna o mais recente em uma série de rivais de Ieltsin -entre seus antagonistas estão o ex-presidente soviético Mikhail Gorbatchov, o ex-líder parlamentar Ruslan Khasbulatov e o general Alexander Lebed.
Um movimento de oposição ao regime liderada por Rokhlin estaria planejando avaliar, em 23 de fevereiro do próximo ano, "se acumula força suficiente para derrubar o regime", divulgou no último domingo a "Interfax". O dia 23 de fevereiro era celebrado no período comunista como o Dia do Exército Soviético e hoje é conhecido como o Dia dos Defensores da Pátria.
Segundo a "Interfax", a Procuradoria Geral pediu à Procuradoria Militar que investigue as declarações de Rokhlin.
Como deputado, Rokhlin tem imunidade parlamentar. Ele pode, no entanto, ser investigado com base no código militar, embora não esteja na ativa.
No domingo, a rádio "Ekho Moskvi", citando fontes oficiais, anunciou que os comentários do general poderiam ser enquadrados em artigo do Código Penal que condena "convocação pública para uma mudança violenta da estrutura constitucional da Federação". A pena é de cinco anos de prisão.
Rokhlin lançou o seu Movimento de Apoio ao Exército, à Indústria de Defesa e à Ciência Militar no dia 20 de setembro, em oposição às reformas militares anunciadas por Ieltsin.
Acordo
O presidente Boris Ieltsin se encontrou ontem com o premiê Viktor Tchernomirdin e com os líderes parlamentares Gennadi Selezniov e Iegor Stroiev, numa reunião que está sendo considerada um sinal de acordo entre o governo e o Parlamento para pôr fim à crise política no país.
Durante o encontro, Ieltsin teria se comprometido a consultar os deputados com maior frequência e, em troca, eles retirariam uma moção de censura contra o governo. O premiê disse à imprensa que a discussão permitirá "alcançar um acordo sobre assuntos essenciais".

Texto Anterior: Fergie pede desculpas à rainha
Próximo Texto: Burkina Fasso dá asilo a ex-líder do Congo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.