São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 1997
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Chuva faz intervenção no Arte/Cidade 3

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

No primeiro dia do projeto de "intervenção urbana" Arte/Cidade 3 - A Cidade e Suas Histórias, anteontem, quem interveio foi a chuva, que caiu forte de forma esparsa à tarde.
"A chuva faz parte. Se não chovesse, seria uma produção perfeita. E quem está na chuva...", disse Nelson Brissac Peixoto, curador do evento.
Quem estava na chuva se molhou. Por isso, as instalações/intervenções urbanas ao ar livre ficaram praticamente vazias. Como o balão de gás acoplado a uma base espelhada de Ruy Ohtake na área externa das indústrias Matarazzo.
Mas a chuva não chegou a prejudicar o evento, que teve uma boa presença de público espalhado pelo espaço do evento: as indústrias Matarazzo, o Moinho Central, a Estação da Luz e o trajeto de 5 km entre esses pontos no kino-trem (um trem adaptado para servir o público do Arte/Cidade 3).
Não foi feita uma estimativa de público, pois a entrada é franca, há vários pontos de entrada (não há bilheteria) e o evento está espalhado por vários pontos.
Roupa "para bater"
O público não se importou com o fato de algumas obras dos 37 artistas do Arte/Cidade 3 não estarem concluídas.
O farol construído em uma estrutura de ferro criado por Regina Meyer só deve estar pronto nesta semana. É o mesmo caso da obra de Ângelo Venosa -um furo diagonal nos silos do moinho criando um gigantesco telescópio.
As 860 imagens sequenciais que Marcos Ribeiro pretendia colocar ao longo de 600 metros do trilho de trem ainda não haviam sido instaladas na abertura do evento.
O que incomodou mais o público foi a falta de informação sobre o evento. Alguns monitores não sabiam o que era instalação e o que era amontoado de entulho. Não tinham informações sobre as obras nem sobre as performances.
"O folheto não trazia o nome do Maurício Iânes (que fez uma performance às 18h no sábado). Esquecer o nome de um artista é uma falta de cuidado grave. E os monitores não sabiam informar nada", reclamou o estilista Alexandre Herchcovitch.
Uma dica para quem vai. É melhor usar roupa "para bater", como tênis, jeans e camisetas, já que há um grande sobe e desce de escadas, (deliberadamente) os espaços do moinho e da indústria não foram limpos, o chão é de terra ou barro -que, é bom lembrar, vira lama com a chuva.

Evento: Arte/Cidade 3 (projeto de intervenção urbana)
Onde: trajeto entre a Estação da Luz e as antigas indústrias Matarazzo (entrada e estacionamento na av. Francisco Matarazzo, 1.096), com acesso pelos dois locais e uma parada no Moinho Central
Quando: de terça a domingo, das 12h às 21h. Até 30 de novembro
Quanto: entrada franca

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