São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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Ex-prefeito vê uso político de inquérito

Maluf diz que Justiça o absolverá

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-prefeito Paulo Maluf disse ontem que as denúncias envolvendo a compra de frangos pela Prefeitura de São Paulo durante seu mandato fazem parte de uma situação "pré-eleitoral".
"Essa é uma questão que aparece às vésperas da eleição. A campanha já começou, mas tenho certeza de que a Justiça vai nos absolver dessas acusações", disse.
As declarações referem-se à ação que o Ministério Público Estadual iniciou a respeito do caso, com base em um inquérito civil.
A ação pede a suspensão dos direitos políticos do ex-prefeito.
O promotor Alexandre de Moraes, um dos responsáveis pelo inquérito, concluiu que Maluf, como prefeito, "teve conduta deliberadamente disposta a favorecer empresas familiares -a A D'Oro e a Obelisco-, caracterizando flagrante simulação" e "feriu os princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade administrativas".
A Obelisco pertencia a Sylvia Maluf (mulher do ex-prefeito) e Ligia Maluf (filha).
A A D'Oro é de Fuad Lutfalla Jr. (cunhado) e outros familiares de Maluf. As empresas participaram da venda de frango supostamente superfaturada à prefeitura.
'Não é verdade'
"Tudo isso não é verdade, Não houve superfaturamento. Se eu não estivesse com 40% nas pesquisas, ninguém se preocuparia com o Maluf. A preocupação deles é que eu tenho mais votos do que todos os outros candidatos juntos."
Durante a entrevista, Maluf fez insinuações, mas não quis acusar explicitamente o Ministério Público Estadual de estar fazendo campanha política.
"Até você está dizendo isso", disse, quando questionado se entendia que havia motivação política por parte da promotoria.
O promotor Alexandre de Moraes foi procurado na tarde de ontem pela Folha para comentar as declarações do ex-prefeito, mas não telefonou de volta até o fechamento desta edição.

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