São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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Touro quebra perna de cacique Raoni

RENATA GIRALDI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O cacique Raoni enfrentou um touro há oito meses e acabou de perna quebrada. E foi com a perna quebrada ao Palácio da Alvorada, participar da cerimônia que tratou de demarcação de terras indígenas.
Ocupando um lugar na primeira fila de convidados ao lado do presidente Fernando Henrique Cardoso e dos ministros, foi cumprimentado por índios e autoridades.
Raoni disse que estava bem e que faltava pouco (dois meses) para "ficar melhor", ou seja, para tirar a tala que imobiliza sua perna direita.
A briga com o touro ocorreu quando o cacique estava sozinho na aldeia e guiava a boiada.
Sentado em uma cadeira de rodas, com a perna direita em uma tala verde, Raoni só saiu quando a cerimônia acabou.
Raoni ficou ao lado do ministro Gustavo Krause (Meio Ambiente), com quem pouco conversou. Mas, no final da cerimônia, ao ser cumprimentado por FHC, pediu que o governo dê posse definitiva para os caiapós da área de Baú (Pará) -mais de 1 milhão de hectares à espera de demarcação.
"O senhor podia ir lá visitar a nossa terra e resolver o problema", disse a FHC. Para o ministro Iris Rezende (Justiça), repetiu o convite.
"Estamos esperando o senhor lá", afirmou. "Se der eu vou, de qualquer jeito o Sulivan Oliveira (presidente da Funai) vai em dezembro", respondeu Iris.
Raoni saiu acompanhado por vários índios e orientou que cumprimentassem o ministro da Justiça.
Todos obedeceram ao cacique e cercaram Iris na saída do Alvorada.

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