São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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SP espera arrecadar mais R$ 7,2 bi com energéticas

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de São Paulo define até dezembro o preço mínimo e os detalhes das privatizações das áreas de distribuição de energia da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e da Eletropaulo (Eletricidade de São Paulo S.A.).
O secretário da Energia, David Zylbersztajn, acredita que o Estado vai arrecadar pelo menos R$ 7,2 bilhões com as duas vendas. Nesse valor não estão incluídas a privatização das áreas de geração e a venda de 49% da transmissão de energia das duas empresas.
A CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) foi vendida na semana passada por R$ 3,537 bilhões, mais que o arrecadado na primeira fase de privatização da Vale do Rio Doce (R$ 3,517 bilhões).
Com 6,2 milhões de consumidores, a Eletropaulo é a maior distribuidora do hemisfério sul. A companhia será desmembrada em duas empresas de distribuição -Eletropaulo Metropolitana e Eletropaulo Bandeirante-, uma de transmissão e uma de geração.
Por enquanto, só está definida a privatização das empresas de distribuição da Eletropaulo, que deve ocorrer em meados de abril. Em conjunto, elas valem cerca de R$ 5 bilhões, segundo Zylbersztajn.
O Estado manterá o controle da área de transmissão de energia e deve vender à iniciativa privada apenas 49% do capital acionário.
A Folha apurou que a geração da Eletropaulo não deverá ser privatizada neste governo.
Cesp
A Cesp também foi dividida. As três usinas do rio Pardo pertencentes à empresa inauguram o cronograma de privatizações do Estado em 98. Avaliadas entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões, elas devem ser vendidas em janeiro.
No mês seguinte, deverá ocorrer a privatização do setor de distribuição da Cesp, que atinge 11% do Estado. Zylbersztajn acredita que essa área pode ser avaliada entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões.
A maior de todas as privatizações de São Paulo -a da geração da Cesp- está marcada para maio. Ao lado da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), a Cesp tem a maior capacidade de produção de energia do Brasil.
O governo só deve definir no início de 98 o preço mínimo e os detalhes de venda da geração da Cesp -o que se chama de "modelagem" no jargão das privatizações.
O secretário da Energia acredita que a geração da empresa vale entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões.
Modelagem
Na modelagem, o governo define, entre outras coisas, quantas ações ordinárias (com direito a voto) serão vendidas, qual a forma do leilão (se envelope fechado ou lances) e quantas ações ordinárias e preferenciais (sem direito a voto) serão oferecidas aos empregados.
O Estado contratou a empresa Máxima para definir esse modelo. O preço mínimo será sugerido pelas consultoras Fator (Cesp) e Trevisan (Eletropaulo).
A transmissão da Cesp também ficará sob controle do Estado, que venderá 49% à iniciativa privada.

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