São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Médico vai à Justiça para casar com ex-aluna

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

O neurocirurgião Cláudio Silva Freire, 29, entrou com uma ação no Juizado de Menores do Rio para que possa casar com a namorada, a menor R.K.S., 16, grávida há quatro meses. A família da menor é contra o casamento.
A história do casal tem tons de "Romeu e Julieta". Os dois se conheceram há um ano e meio, quando o médico deu aulas em um curso de anatomia e primeiros socorros no Colégio Andrews, um dos mais tradicionais do Rio.
R., então com 14 anos, chamou a atenção do professor. "Desde o início fiquei balançado, mas como ela é muito alta, não podia imaginar que R. só tinha 14 anos. Quase desisti quando soube."
Desde então, de acordo com Freire, a família da moça tenta impedir o namoro. Segundo o médico, R. chegou a ser proibida de sair de casa por um período. Depois, teria sido levada para uma clínica psiquiátrica na Barra da Tijuca.
Freire entrou com pedido de autorização para o casamento há oito dias, depois que parou de receber notícias da namorada -que, segundo ele, vinha sendo impedida de vê-lo. Além do pedido de autorização para o casamento, Freire pediu também que o Juizado de Menores tomasse medidas para a manutenção da gravidez de R.
Uma liminar concedida na sexta-feira à noite pelo juiz da 1ª Vara da Infância e Adolescência, Siro Darlan, determinou que R. seja apresentada ao Juizado dentro de um prazo de cinco dias, mas até agora os pais da menor não foram notificados da decisão.
O motivo: a família não foi encontrada pelos oficiais do Juizado. O apartamento onde R. morava com os pais e um irmão, na Lagoa (na zona sul do Rio), está fechado.
Os pais também não foram encontrados no apartamento da avó de R., no Leblon (zona sul), para onde a moça tinha se mudado havia algumas semanas, depois de ter decidido sair da casa dos pais.
"Não sei o que fizeram com ela. Estou preocupado com R. e com meu filho. Quero me casar e cuidar do meu filho", disse Freire à Folha.
"Sei que sou bem mais velho do que ela, sei que não tenho tanto dinheiro quanto a família dela, mas sou uma pessoa séria, tenho emprego e quero casar", diz Freire, que trabalha em vários hospitais particulares do Rio e também no setor de emergência do hospital municipal Souza Aguiar -um dos de maior movimento na cidade.
A Folha procurou os pais de R. Em um dos apartamentos da família, na Barra da Tijuca, um homem que se identificou como o pai de R. disse que não falaria.

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