São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Bebê que teve a mãe retirada da sala de parto tem alta no Rio

MARCELO MONTEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O bebê Jaime Vieira dos Santos Neto, de 1 mês e 9 dias, receberá alta hoje do Hospital Maternidade Carmela Dutra, no Lins (zona norte do Rio).
Jaime é filho da dona-de-casa Líbia Gomes dos Santos, 31, que foi retirada em 2 de outubro da sala de cirurgia do Hospital Metropolitano, no Engenho Novo (zona norte), mesmo depois de ter sido anestesiada. O parto não foi realizado porque a paciente ainda estaria no prazo de carência do plano de saúde Golden Cross.
Prematuro de oito meses, o bebê sofreu uma ruptura no intestino e teve que se submeter a uma cirurgia. A intervenção criou uma ligação artificial que permite a liberação de fezes pelo abdômen.
Apesar de ainda estar evacuando pela barriga, o bebê apresenta um bom estado geral, mamando no peito e sem necessidade de uso de antibióticos, segundo o pediatra Steno Victor Mazzolenis.
O médico cuidou da criança durante a fase mais crítica, em que o bebê correu sério risco de vida, com infecção intestinal e problemas nos pulmões.
"O caso se tornou grave, mas hoje a criança está fora de risco", diz.
Em um prazo ainda não definido, Jaime terá que se submeter a nova intervenção cirúrgica, que verificará a possibilidade do restabelecimento da evacuação pela via normal.
Para Steno Mazzolenis, o ideal seria que o bebê somente fosse operado quando alcançasse peso entre 6 e 10 quilos, o que poderia ser obtido em um prazo mínimo de seis meses. Ontem, o bebê pesava 1,960 quilo.
O médico prefere não atribuir os problemas do bebê à demora no atendimento de sua mãe. Depois de deixar o Hospital Metropolitano, Líbia passou pela Maternidade da Praça 15 (centro), até ser atendida no Carmela Dutra.
Steno Mazzolenis diz que os problemas intestinais de Jaime podem ter sido provocados pela prematuridade. Exames complementares indicarão a causa dos problemas.
Investigação
O Ministério Público do Rio está apurando as responsabilidades da Golden Cross e do Hospital Metropolitano no caso. O promotor Walberto Fernandes Lima não quis dar detalhes do processo.

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