São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997 |
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Medidas podem ser alteradas, diz ACM RAQUEL ULHÔA RAQUEL ULHÔA; LUIZA DAMÉ
"A rigor tudo pode ser revisto pelo Congresso, que vai votar com total independência", disse. Para ACM, a pessoa física deveria ser poupada, porque "já está por demais comprometida com seus gastos". Para ele, o Congresso deveria buscar outras fontes para que o governo possa obter a economia pretendida com o aumento do Imposto de Renda (R$ 1 bilhão). ACM citou, como exemplos de possíveis fontes alternativas de taxação, as Bolsas de Valores e as pessoas que viajam para o exterior. "Acho que o brasileiro que viaja para o exterior deveria pagar uma taxa de ida e de volta (de US$ 100 ou R$ 200, quantos fossem), porque vai levar recursos nossos para outros países", disse. O presidente do Senado reuniu-se com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, logo após o anúncio das medidas pelo governo. Mesmo com os esclarecimentos de Parente, ACM criticou a inclusão de medidas como extinção de cargos da administração federal, redução de cargos de confiança e retirada da folha de pagamento de inativos não cadastrados. "Algumas medidas de rotina administrativa talvez não devessem constar do elenco, porque são medidas que somos obrigados a tomar no governo, ou mesmo na direção de qualquer instituição, como eu estou tomando aqui no Senado, sem precisar pacotes. É dever de casa", disse. Apesar das críticas, ACM garantiu o apoio do Congresso às medidas. Governistas Líderes dos três maiores partidos aliados ao Planalto -PFL, PMDB e PSDB- manifestaram apoio ao pacote fiscal do governo como forma de garantir a estabilidade do real, mas alertaram que as medidas poderão ser modificadas. Numa análise preliminar, os líderes fizeram restrições ao aumento do Imposto de Renda da Pessoa Física e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de bebidas e carros, e às medidas na área previdenciária. "Por que o fumo não foi incluído? Carros, cigarros e bebidas são o carro-chefe do IPI", afirmou o deputado Benito Gama (PFL-BA), ex-líder do governo na Câmara. Para ele, o governo deveria ter feito mudanças no IR da Pessoa Jurídica e não só da Pessoa Física. "O PMDB apóia as medidas, mas me reservo o direito de fazer um exame mais detalhado das medidas tributárias e previdenciárias", disse o líder do PMDB, deputado Geddel Vieira Lima (BA). Segundo o líder do PSDB, deputado Aécio Neves (MG), o seu partido dará "total apoio" ao pacote. "As medidas são duras, mas equilibradas", afirmou. A cúpula tucana, que na última quinta fechou questão contra o imposto sobre combustíveis, elaborou um documento de apoio às medidas. O presidente do PFL, deputado José Jorge (PE), que fazia restrições ao aumento de impostos, ontem mudou de opinião. "Não é tanto quanto se esperava." Texto Anterior: Equipe chegou a temer repercussões Próximo Texto: Efeitos recessivos preocupam a Fiesp Índice |
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