São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Créditos são ampliados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo anunciou ontem que os produtores de insumos destinados aos exportadores terão acesso a financiamentos especiais semelhantes aos ACCs (Adiantamentos de Contrato de Câmbio).
O ACC é um instrumento que permite que os exportadores se beneficiem de linhas de crédito tomadas por bancos nacionais no exterior, com um custo de 6% a 8% ao ano, bem mais baixo que o dos juros internos.
Ao fazer um ACC, o exportador recebe do banco um adiantamento do valor da venda a ser feita ao exterior.
A extensão do ACC tem o objetivo de estimular as exportações, reduzir as importações de insumos e aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
Hoje, 70% das exportações brasileiras são financiadas por meio de ACC, segundo o presidente do Banco Central, Gustavo Franco.
A nova linha será aprovada hoje em reunião extraordinária do CMN (Conselho Monetário Nacional) e poderá ser oferecida pelos bancos aos interessados na próxima segunda-feira, segundo Franco.
Hoje, o produtor de insumos que fornece para o exportador toma empréstimos pagando juros de 3% a 5% ao mês.
Com um empréstimos com custo mais baixo, esse produtor poderá vender mais barato para o exportador, reduzindo o preço do produto brasileiro no mercado externo.
O prazo da operação será o mesmo do ACC, 180 dias.
"A ampliação do ACC para os fornecedores de insumos representará um forte estímulo para o setor exportador, porque toda a cadeia poderá se financiar com recursos mais baratos", disse André Loes, macroeconomista do Bozano, Simonsen.
Ontem, o BC autorizou os bancos que tomam recursos no exterior para repassar a tomadores nacionais a aplicar os valores, enquanto não forem emprestados, em NBC-E e NTN-C, títulos cambiais.
A medida é mais uma garantia para as instituições de que será mantida a política cambial. Antes, os recursos tomados no exterior e não emprestados podiam ser aplicados somente em NTN-D, também um título corrigido pela variação cambial.

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