São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997 |
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Choque cambial muda tudo
GILSON SCHWARTZ
No cenário do choque cambial, o governo assume de vez o conselho de Maquiavel: fazer o mal de uma só vez e, depois, fazer o bem aos poucos. Mas se os mercados não acreditarem no dom curativo das medidas oficiais, o ataque especulativo virá com toda a força. O cenário pessimista pode incluir choques cambiais com outras origens. Ontem, por exemplo, a Bolsa de Buenos Aires desabou. Com recessão no Brasil, diminui a credibilidade do ajuste argentino. A economia brasileira pode deixar de ser a bola da vez. Mas se para fazer o seu ajuste o Brasil prejudica a Argentina a ponto de abalar o sistema de câmbio fixo, num segundo momento a maldade pode voltar-se contra Brasília. Um choque cambial é desaconselhável, segundo alguns, porque seria inflacionário. Mas numa economia em recessão, sem correção automática de preços e salários (a tal "indexação"), um choque cambial poderia até mesmo ser visto como demonstração final de que FHC não se prende a objetivos eleitoreiros. (GS) Texto Anterior: Quanto pior, mais rápido Próximo Texto: FHC pede sangue, suor e fé Índice |
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