São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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FHC pede sangue, suor e fé

GILSON SCHWARTZ
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

O cenário mais realista é o de empurrar o câmbio com a barriga, acreditar que a crise é passageira e que mudanças estruturais no modelo de estabilização ocorrerão se, e somente se, FHC for reeleito.
Nesse cenário, o governo continua recusando a desvalorização cambial e impõe uma desvalorização dos ativos e dos salários em reais. Se é caro produzir para exportar com a atual taxa de câmbio, uma recessão aprofunda a deflação, aumenta o desemprego e cria as condições para uma transição dolorosa rumo ao futuro.
Esse cenário só não é equivalente ao "quanto pior, melhor" porque os resultados efetivamente demoram para aparecer. O país continua na berlinda, o governo vai aumentando os juros ou escolhendo novas vítimas para o "saco de maldades" da semana passada.
O trunfo maior é defender a estabilidade da moeda, um pouco na linha "um por todos, todos por um", governo de "união nacional" e mobilizações no Congresso.
Essa é a linha que vem sendo seguida pelo governo. Se não passarem as reformas, os políticos serão os culpados. Os ministros justificaram as medidas, ontem, dizendo que finalmente perceberam que a crise internacional não é passageira. Nesse cenário, cada um deve preparar-se para uma longa travessia, amparado apenas na própria fé.
(GS)

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